Todo mundo tem um grande amigo. O meu se chama Lether, um valente e educado cavaleiro que defende a corte. Nos conhecemos de maneira inusitada: Em uma de suas cavalgadas pelas montanhas geladas, Lether encontrou uma caverna e lá parou para se aquecer. Em pouco tempo, já instalado e quase aquecido, ele ouviu ruídos vindos da profundidade daquele lugar. Por ser corajoso, de imediato foi examinar o que estava acontecendo e se encontrou comigo. Quando eu o vi, assustei-me tremendamente e tentei cuspir fogo em Lether, para me proteger. Mas o fogo não saiu! Será que eu nunca poderei cuspir uma chama pelo menos? Não consigo entender; eu sou um dragão e minha mãe, antes de morrer nas garras de Malthus, o cavaleiro negro e covarde, cuspia labaredas divinamente.
Deu para perceber que o meu encontro com Lether não foi dos mais amigáveis, né? Ele, cheio de ousadia, e eu, em minha medrosa ausência de fogo, de início, nos estranhamos. Porém, logo nos entendemos e, com isso, nossa amizande foi crescendo. Não sei como essa conciliação foi possível, afinal, nós somos muito diferentes. Para começar, Lether é humano e eu sou um dragão de cor magenta, ainda do tamanho de um cavalo. É verdade que nós temos pontos em comum, a começar pelo sentimento de justiça existente dentro de nós, e que vai contra Malthus, o cavaleiro mau caráter que disse antes. Posso dizer que nós dois somos amigos. Um confia no outro e só há sinceridade em nossos gestos. Ele já me contou alguns segredos sobre a sua vida. Não só para mim, mas também para Asillis, a princesa responsável pelo coração de Lether bater mais forte. Mas isso é assunto para outra história.
Ih, quase ia me esquecendo... Meu nome é Faísca, alcunha, claro, dada pelo Lether, depois do episódio da minha cusparada que não deu certo. Mas eu estou treinando e, um dia, ainda vou conseguir criar uma combustão digna do Livro dos Recordes. Vocês vão ver!
Thobias & Camilla
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