terça-feira, 8 de junho de 2010

O heavy metal sem Dio

Nossa homenagem ao vocalista Dio, famoso por integrar as bandas Black Sabbath e Rainbow, que morreu no dia 16 do mês passado, aos 67 anos.



  Não dá para dizer que ele previa algo funesto para aquele mês de maio. Seria mentira. Hoje, diferente dos seus tempos de menino rockeiro e cabeludo, vivia dias engravatados, com raras passadas pelo passado. Já era domingo, um domingo totalmente sem graça, quando ele, em sua casa, ainda de pijama, pôde ler em algum canto da página inicial de seu computador: Dio está morto. Não estava escrito com essas palavras, é claro. A página inicial de um jornal de nome não escreveria dessa maneira. Enquanto, porém, por motivos óbvios, não usaria de eufemismos bonitos para deixar de ser objetivo. Mas foram essas palavras que ele absorveu e só pôde sentir uma coisa ao ler aquela manchete sem sentimento: todo sentimento do mundo.

  Uma lágrima não valeu, mas valeu um peso, feito o rock pesado do Dio. Não conseguiu mais prestar atenção em detalhes, como a causa da morte. Pouco importava. A manchete começou a ficar distante e por meio dela - a notícia - voltou aos momentos mais vivos, em plena discordância com o momento. Rainbow. Black Sabbath. O microfone. Os LPs. O heavy metal. O mestre. A juventude. Que saudade estranha era essa que sentia?

  Correu e atravessou toda a sala, com meias escorregadias de dormir. Revirou o bolso da jaqueta e lá encontrou o seu iPod, com botões e tela colorida. Muito diferente dos tempos das lojas de LPs do centro... Quem diria! Apertou e deslizou ferozmente os botões de seu aparelho. Encontrou... Lá estava! Um restinho do Dio e dos bons tempos que deixou passar. O que seria do metal sem o Dio? E o que será do metal agora?

  Sentiu uma nostalgia estranha. Tentou encontrar o porquê do tempo ter passado tão depressa, sem perceber. Não teve filhos para passar o que aprendeu com o metal para a geração seguinte. Do passado não sobraram as roupas escuras e a cabeleira despenteada, mas restou a música, uma marca permanente, ainda em sua memória. Recordava-se das notas, da letra. Dio nunca havia saído do seu cotidiano, apesar de tantas mudanças. E continuará sendo presença, na imortalidade da música, do mestre. Não muito passou e lá estava o menino-homem no meio do chão de seu apartamento, com os fones de ouvidos e os chifreinhos do heavy metal na mão direita.

Um comentário:

Tomaz C Frausino disse...

*-* / T-T

Po... o Dio ter morrido foi a coisa mais triste dos ultimos tempos... po... o que será do H. Metal sem o Dio. Pois é, e eu nem tive a capacidade de fazer uma homenagem para ele. Boa Camilla... Subiu muito no meu conceito xD

"So live for today, but tomorrow never comes
Die young, die young"

Long Live Rock n'Roll... boa sorte Rock, hoje em dia, você vai precisar...