O adeus do camisa 9

 Segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011: um dia histórico para o esporte mundial.

 Ronaldo Fenômeno anuncia o fim de sua carreira movida a superações, polêmicas e gols - muitos gols.

 Da televisão do restaurante, foi possível acompanhar o falar fungado e as lágrimas engolidas daquele que já foi o melhor do mundo; o camisa 9 vestia uma Polo de listras casuais. Reclamou das dores sentidas, desculpou-se publicamente pelo fracasso na Libertadores, registrou ter doado a própria vida pelo futebol. Sem arrependimentos.  

 Era a hora do almoço quando a coletiva foi transmitida ao vivo pela mídia. Avalanche de flashes. Ronaldo ao lado dos filhos e do presidente do Corinthians, cercado por símbolos do mesmo time. Por meio da telinha, os fãs do fenômeno puderam acompanhar uma despedida sofrida, pensada, calculada. Fez-se silêncio no estabelecimento. Alguns curiosos, ainda de barriga vazia, paravam para olhar. Tentavam acreditar. Ele está mesmo se despedindo...

 Surgiram memórias da carreira, da seleção, das principais lesões. Memórias dos gols, da torcida, da bola no meio do campo. Memórias de um craque que teve sua carreira interrompida pela aposentadoria. Uma moça próxima ao caixa se lembra dos jogos que viu o Fenômeno jogar e de toda história de vitória dos obstáculos que envolveram os dezenove anos de carreira do atleta. Está vidrada na tela. Logo distrai-se. Volta seu olhar para o prato e cala sua emoção com um pouco feijão.

Nossos agradecimentos ao Ronaldo por ter sido um fenômeno no futebol!