quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Cavaleiro do século XXI


Mesmo com tudo indicando o caminho contrário, sentia-se um cavaleiro medieval. Nobreza real não existia; tampouco castelo ou feudo. Morava em um quarto-sala-cozinha perto da Xavier de Toledo, em direção ao Largo da Memória. Não tinha espada, armadura ou escudo. O máximo que possuía era um boné, seu elmo que o salvara tantas vezes do forte sol do meio-dia.

As batalhas diárias não eram para proteger rei algum. A luta era, sim, pela sobrevivência. Segurar o aluguel mais um mês, pagar o Dedé da lanchonete, conter o sono. Sono, não sonho. Apesar do mal que fazia viver na irrealidade, sonhar era do que gostava. Imagina-se conquistando a Terra Santa. Imaginava-se, constantemente, apoderando-se do coração da princesa amada. Ele, por vezes, era um sapo.

De repente, berrou o despertador. Mais parecia o berro de um dragão. Fazia que o ônibus fosse seu cavalo e cavalgava em direção ao trabalho.

Portão. Bilhete Único. Catraca. Bocejo. Relógio de ponto. Trabalho...
Trabalho. Relógio de ponto. Bocejo. Bilhete Único. Catraca. Portão.
Lembrou-se do pai, também cavaleiro. Recordou-se de tudo que ele o ensinara: valentia, fidelidade, lealdade. E conclui que, para os cavaleiros do mundo moderno, não era preciso tanto. Artimanha, malícia e jogo de cintura bastavam.

4 comentários:

Mary disse...

Está dificil dizer o q está melhor: o desenho ou o texto !
Impressionante como parece que enquanto um desenhava o outro escrevia...ou será q enquanto um escrevia, o outro se inspirava e desenhava!
Parabéns, ceis dois! (ou 6 2)

Ton Dwight disse...

Thobias. rabiscando demais cara! Parabens Parceiro.

vitão ..nice disse...

é nessa hora em que cavaleiros saem da taverna que o RPG me entra na telha , o coisa boa!

Unknown disse...

muito bom me ajudou de mais em trabalho de portugues continue assim o melhor texto k ja li muito bom